Nutritivos estofos de paisagem
na cria mansa da grama verde
no mato preso da rica cerca
Na trava turva do trevo preto.
Montam-se cavalos de crinas secas
Onde o sol é verve da natureza
Os pelos ouriçam no tato estranho
Do chão por onde todos eles se foram.
Os caminhos do barro aprumam o solo
montes de chão formando altitude
Subindo ao céu terra sobre terra
Grão em grão ao topo da montanha.
Acidente que dorme, incha, fende e racha
Que marca a terra de identidade
E mancha o pé, a pele, a alma
Eterna suja de memória estranha.
São caminhos encruzilhados
Farpados arames na linha burra
Verdes de verdes do branco ao preto
Buracos profundos da terra escura.
Sou eu, desgraça profunda do meu eu
Ali, no cerco de onde não saio.
Sou eu ali de onde não saio
Relinchando alto para que só eu me ouça.