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Só mais um texto esquizofrênico…

Espelho de vida em metades iguais,
Uma lá outra cá.
Cada imagem designa um ser,
Antagônicos por si só.
Enquanto um ri o outro chora,
Quando um chama o outro vai embora.
Só há uma linha tênue de meio termo,
Que me encontro uma vez ao ano,
Mas minha lucidez está em uns dos lados,
Ora lá, ora cá.
É quase uma esquizofrenia consentida,
Pensada e analisada.
É fuga, é solução de vida.
É metade quente e metade fria.
Não há distância e nem local,
É cada igual em euforia.
Simplesmente diferente,
Alheio a mim mesmo em pessoa e prosa.
Qual escreve e qual só sente,
Pra mim eu sou dois,
Pros outros, muitos,
O agora, depois.
Meu maior teste, o texto.

Whatever who?

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Gostei da brincadeira das fotos…

Todos os direitos reservados!

O mundo ficou todo escuro. Virei um furo em meio à tela preta. Uma tarjeta da censura por todos os lados. Calado, não conseguia ver nada. Cada pedaço de breu ritmava a música da noite e sob o açoite da minha alma encarnei e voltei ao pó. Só, sobrei eu no meu mundo todo vazio. Um pretinho básico, clássico e sem maquiagem. Encontro-me na triagem de um futuro esperançoso, alegre e definitivo. Criativo e colorido, projeto imagens que se tornam cada vez mais claras e, por serem tão raras, tento ao máximo não esquecer e nem lembrar muito. Num circuito em que não me acho, a escuridão solitária revigora a alma e traduz a imaginação do meu estado de espírito. Desacredito toda forma de claridade e, sôfrega e impunemente, desacelero pensamentos que ecoam sob a égide total da ausência de cor. É um favor que faço à minha sombra, que enfim pode descansar e parar de ir de lá pra cá numa perseguição continua e desguarnecida. É a amiga das minhas maiores sensações e dá transparência a todos os meus sentidos, exceto a visão. É essa escuridão que me sensibiliza o tato, o olfato e o paladar, no sentido mais carnal que a palavra possa ter. Meter o pé pelas mãos num infinito onde só meio rosto pode aparecer.

Whatever blackout


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Olho

Foto da genial Fernanda Tralala

De uma pálpebra retinta de cores que mascaram o dia surgem coisas inimagináveis. O que os olhos podem ver ofuscam muitas vezes todas as verdades contidas no coração. Cílios, sobrancelhas e o resto dos pêlos que circundam os buracos da visão não passam despercebidos mediante aos olhos verdes, azuis ou de qualquer outra cor. Sem preconceitos, espelham sentimentos, estigmas, verdades e mentiras como nenhum outro órgão ou sentido denuncia. O arregalar não exprime só o susto ou a atenção, mas delata as corrosivas explosões internas que a alma sofre. Semi-cerrados não apenas manifestam o nosso lado nipônico, mas acusam de forma sutil a desaprovação por determinados assuntos que não conseguem nos ultrapassar a retina. Aos olhos normais, em estado de completa inércia, todos os fatos são apenas curiosidades, reflexões da vida, dos acontecimentos e situações que rodeiam aquilo que o destino nos prescreve. A cegueira, fato iminente a todos que vêem, é determinante no crescimento da mente, do espírito da gente e afeta sempre o lado amoroso em algum momento da vida. O não ver talvez seja um dos sentidos mais apurados do ser humano. Está tudo ali na sua cara, mas os olhos, teimosos e repugnantes, teimam em olhar apenas para o lado de fora do corpo. O cérebro pensa pensando na visão. Ao fundo, as enormes teias que se misturam ao branco do olho formam complexas transações que resultam em dúvidas e sonhos. O sonho é visto e o olho sempre denota o sentimento que se sente. O olho é o mar da tranqüilidade.

Whatever eye

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